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Cine Clube: Terceira exibição – Her

Na noite de sexta-feira, dia 25 de abril, realizamos a terceira sessão do Cine Clube aqui no Coletivo Digital! O projeto do Cine Clube visa trazer obras que remetem de alguma forma à cultura digital e logo após propor discussões sobre como a tecnologia se faz presente no nosso dia a dia e, principalmente, quais são os diversos efeitos que ela causa, sejam eles bons ou ruins.

Dessa vez o filme apresentado foi “Her” (Ela). A premissa do filme se baseia na história de como o escritor solitário, Theodore (Joaquin Phoenix) acaba se apaixonando por seu sistema operacional, Samantha (Scarlett Johansson). Lançado em 2013, o filme se mantém atual e polêmico por se tratar de um assunto ainda muito delicado e não conversado nos dias de hoje, que é a forma como nós nos relacionamos com a tecnologia. É muito fácil julgarmos o protagonista, afinal de contas quem é que se apaixona por uma máquina? Difícil mesmo é reconhecermos que estamos cada vez mais parecidos com ele. Afinal, temos certeza que preferimos a uma pessoa de verdade do que um sistema operacional?

Pôster do filme Her

O filme sabe trazer a dosagem correta de sensibilidade aos seus personagens ao debater como a solidão, a dependência de tecnologia e uma vida estagnada podem nos deixar sedentos por qualquer tipo de interação, por mais artificial que seja; e por outro lado, como a tecnologia tem evoluído em nível exponencial, de maneira que não conseguimos mais acompanhar a sua velocidade e nos dá impressão de que somos nós que nos tornamos obsoletos.

A partir disso, entendemos que os dois lados caminham de acordo com a ideia que a dependência da tecnologia já se tornou algo concreto, entretanto, até que ponto nós nos tornamos suscetíveis a essa dependência? E mais importante, a que nível essa tecnologia está sendo programada para nos tornar dependentes? 

Imagem ilustrativa

Muitas pessoas acreditam que se educarmos o nosso olhar para sermos mais críticos em relação a maneira como consumimos tecnologia já ajudaria e muito essa dependência, todavia, acredito que isso coloca nos indivíduos a responsabilidade de estarmos dependentes nos sistemas operacionais e na inteligência artificial, quando deveríamos estar discutindo um padrão de regulamentação de tecnologias virtuais que nos ajudaria a construir nossa autonomia online.

Transferir a culpa para o indivíduo é só mais uma estratégia das grandes corporações para se abster do problema. O debate sobre a regulamentação dentro das novas tecnologias é de extrema importância para que voltemos a nos apropriar das tecnologias online e do conhecimento envolvido nisso e, por consequência não sermos dominados pelo o que foi criado para nos servir.

Por isso é importante estarmos sempre integrados a projetos e iniciativas que, além de nos manter informados sobre as atualizações desse mundo virtual, ainda nos incentivam a lutar pelos nossos direitos online e cobrar quem deve ser cobrado. 

Logo do Manifesto Internet Legal

O Coletivo digital e diversas outras entidades, participam da iniciativa Internet Legal (internetlegal.org.br) que tem como objetivo regulamentar os espaços dentro da rede e construir um ambiente online mais democrático. Fica o convite pra você que se interessou no assunto, conheça o manifesto e fique ligado nas novas ações. Lembrem-se que, se nós não nos mobilizarmos, as grandes corporações que somente lucram em cima da nossa alienação, não vão!

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